O Macramê evoluiu, em grande parte, graças a missionários e velhos marinheiros. Esses jovens missionários espalharam muito mais que sua fé quando viajaram ao redor do mundo. Seus linhos e vestimentas religiosas eram frequentemente adornados com macramê, feitos por freiras. Juntamente com eles, a técnica e as habilidades foram carregadas para as regiões mais remotas.
Os homens da marinha também aprenderam um importante papel na história do macramê – não é de admirar, com todo seu conhecimento de nós, horas sem fim gastas na água, e toda aquela corda! Marinheiros são verdadeiramente uns dos artesãos mais produtivos de fibras. Eles criavam os mais belos e intrigantes padrões em macramê (embora eles preferissem o termo mais viril “trabalho chique”), mas ambos eram funcionais e decorativos.
Eles criaram cintos, cordas, escadas de cordas, e todos os tipos de protetores e estojos, assim como os sapatos, chapéus e cintos. Os marinheiros merecem crédito por terem levado o macramê à tantas partes do mundo. Por trocarem suas mercadorias ao redor do mundo, os marinheiros se tornaram os mensageiros do macramê.
A palavra macramê é derivada do árabe antigo makrama, que foi levemente traduzida para “uma grande e feia decoração de parede”. Não, não mesmo. Atualmente, o termo veio da Turquia do século XIII e refere-se a franjas e nós que decoram toalhas e linho. Os espanhóis aprenderam o ofício de amarrar e o espalhou por todo o Sul da Europa antes do século XIV. A arte do macramê foi estabelecida na França no século XV, e introduzido na Inglaterra no final do século XVI. Na Itália, o macramê floresceu nos séculos XVII e XVIII e se tornou muito popular no período vitoriano, quando senhoras, no momento de lazer, passavam seu tempo criando elegantes franjas e todo tipo de enfeites com nós. Isso aconteceu especialmente na segunda metade do século XIX, na Inglaterra vitoriana. O macramê arrasou! Foi uma habilidade perfeitamente complementar para os ornamentos excessivos e interiores extremamente decorados.
Em Turin, na Itália, na virada do século, o macramê Cavandoli evoluiu. Nomeado pela professora que ensinou a técnica, essa forma particular de nós esconde e revela cores usando amarras verticais e horizontais, para criar um desenho ou figura. A partir dos anos 1920, o macramê teve uma época adormecida.
Atualmente, o macramê voltou a ganhar forças, em forma de enfeites de parede, abajures, porta-vasos-de-planta, e também com a técnica do micro-macramê. O micro-macramê pode ser definido como um trabalho feito com nós, mas de tamanho menor. As linhas usadas são mais finas, mais delicadas. Geralmente utiliza-se o cordonê encerado. Esta técnica pode ser encontra em forma de joias, como anéis, pulseiras, colares e tornozeleiras, e são muito apreciadas com uma pedra em forma de cabochão no centro.
Fonte: DUMONT, Katie. The New Macramé: contemporary knotted jewelry and accessories / Katie Dumont: 1ª ed. Nova Iorque: Lark Books, 2002.
Traduzido por: Fernanda Occhioni.
Obs.: A tradução foi feita de forma à melhor compreensão do texto.
Link do livro digitalizado (versão original em inglês): https://books.google.com.br/books?id=P59UBlzKloIC&pg=PA8&lpg=PA8&dq=macrame&source=bl&ots=nZuU2k_DWm&sig=7GRxXuOJbMILqCl_53RMfWOruxs&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwiSxbKa2NDXAhULGpAKHcbaDogQ6AEIYzAO#v=onepage&q=macrame&f=false